terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Biogás: uma referência para a pesquisa


Da Agência Ambiente Energia - Na semana passada, 10 instituições de pesquisa do Brasil e do exterior estiveram reunidas no Parque Tecnológico de Itaipu (PTI) para formatar o Centro Internacional de Energias Renováveis – com ênfase em Biogás (CIER-Biogás). O lançamento do centro será feito durante a cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece em junho, no Rio de Janeiro.

“Paradoxalmente, o centro será uma entidade descentralizada”, resume o superintendente da Assessoria de Energias Renováveis (ER.GB) da Itaipu, Cícero Bley Júnior. “A ideia é não concentrar as pesquisas em um único lugar, mas fazê-las de forma disseminada. As próprias características do biogás nos força a isso: cada região tem sua realidade.”

Para Bley, a maior qualidade no processo de criação do CIER-Biogás é que todas as ações têm resultado concreto, como é o caso, por exemplo, do Condomínio Ajuricaba, que já está em funcionamento em Marechal Cândido Rondon (PR). Ele lembra que a verba para manter o centro está assegurada no orçamento de Itaipu até 2015 e que há muitas outras fontes previstas de financiamento.

Coordenado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), o futuro centro será o primeiro destes moldes na América Latina e o único do mundo com ênfase em biogás. A Onudi já tem outros centros com ênfase em outras fontes de energia renováveis.

Nos últimos dois dias, Bley Júnior apresentou a ideia do centro aos representantes das entidades – entre eles, o diretor técnico da Onudi, Dmitri Piskounov. Na tarde de quarta-feira, eles visitaram o Condomínio Ajuricaba (mais informações abaixo).

“O que o Brasil vem fazendo na área de agroenergia é importante, porque pode ser levado ao continente africano”, afirma Piskounov. De acordo com ele, na África há muita matéria orgânica desperdiçada que poderia ser aproveitada como combustível. “E para isso, contaremos com a expertise do Brasil”, conclui.

O Condomínio Ajuricaba – No total, 33 propriedades contam com biodigestores, que fazem o tratamento dos dejetos da pecuária. Depois de serem digeridos por microorganismos, os resíduos produzem biogás, que é canalizado para uma microcentral termoelétrica. Os resíduos finais são armazenados em um lago e bombeados para a pastagem como fertilizante. São 25,5 km de gasodutos instalados. Quando estiverem em pleno funcionamento, o conjunto de propriedades irá gerar 820 m³ de biogás.

Parte do gás é usado na secagem de grãos, utilizados para a produção de ração. O uso nobre do biogás acontece depois de ele passar por um filtro que separa o metano do gás carbônico e do ácido sulfídrico. Ele chega com 70% de metano e sai com mais de 90%, podendo ir para a microcentral elétrica e gerar energia. A eletricidade é usada nas propriedades e o excedente é vendido para Copel. Assim, os produtores ganham com fertilizante, energia e créditos de carbono. (Informações de Itaipu Binacional

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

TSE adquire Kits para implementar biometria em todo o país

Coleta das impressões digitais.

Diante da necessidade de intensificar o projeto de identificação biométrica do eleitorado, que em 2012 alcançará cerca de 10 milhões de brasileiros, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adquiriu mais 2.550 Kits Biométricos, conjunto de equipamentos utilizados para coleta das impressões digitais e atualização dos dados cadastrais dos votantes junto à Justiça Eleitoral. A aquisição dos kits ocorre por meio de contrato assinado entre o Tribunal e a empresa Akiyama Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos e Sistemas Ltda., vencedora de licitação iniciada em 2010 e concluída no final do ano passado para esta finalidade.

Os Kits destinam-se à realização do cadastramento ordinário dos eleitores de todo o país, ou seja, aqueles que procurarem o cartório eleitoral para tirar o título pela primeira vez já terão seus dados biométricos coletados, tornando-se aptos a serem identificados pelas impressões digitais nos pleitos realizados pela Justiça Eleitoral. A medida, que é fruto de acordo entre o TSE e os 27 tribunais regionais eleitorais (TREs), reduzirá o custo do projeto de identificação biométrica e evitará a formação de filas e transtornos aos eleitores no momento da coleta das digitais, dotando cada cartório eleitoral com um Kit Bio.

O Contrato nº 131/2011, assinado no dia 28 de dezembro último, teve por objeto a aquisição de 2.476 kits Biométricos e a prestação de serviço de integração e configuração dos equipamentos, com garantia técnica de, no mínimo, 12 meses. No entanto, a aquisição de outros 74 kits foi incluída em um termo aditivo ao contrato, assinado no dia 31 do mesmo mês, totalizando a compra de 2.550 Kits Bio.

2010 e 2011

Em 2010, o TSE lançou edital dando início à licitação para a compra dos equipamentos. Todavia, devido a impugnações de empresas concorrentes, o processo licitatório foi interrompido por diversas vezes, sendo que os requisitos apontados pelo TSE no referido edital foram objeto de análise e aprovação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em mais de uma oportunidade.

O TSE adotou medidas para agilizar a conclusão do procedimento no ano de 2010. Entretanto, as interrupções ocasionadas pelas impugnações das empresas levaram o Tribunal a devolver R$ 30 milhões do orçamento disponível para aquele ano ao Ministério do Planejamento.

Depois de analisar todos os questionamentos, e resondê-los com base em pareceres do Instituto Nacional de Identificação, a Corte Eleitoral deu prosseguimento, já em 2011, à licitação com a republicação do edital. A licitação foi realizada na modalidade de ata de registro de preços. A empresa Akiyama foi a escolhida por ter preenchido todas as especificações e condições constantes do Edital nº 121/2011.

O custo total empreendido pelo TSE para a aquisição dos novos Kits será de R$ 27.915.780,00, valor menor que o estimado inicialmente, que era de R$ 29,5 milhões, tendo a empresa vencedora apresentado o menor preço.

Kit Bio

O chamado Kit Bio é composto de: leitor óptico de impressões digitais; dispositivo de capturas de imagens digitais (foto); flash externo; maleta de transporte e cenário (miniestúdio fotográfico com assento). Com a aquisição de novos equipamentos, a Justiça Eleitoral contará com 4.925 kits ao todo.

Por meio do Kit Bio, a equipe treinada da Justiça Eleitoral realiza a coleta das impressões digitais, além de fazer a fotografia dos eleitores de maneira rápida e fácil, sem grandes dificuldades de manuseio. O scanner de altíssima resolução, por sua vez, permite uma leitura de qualidade das impressões digitais, e um programa de computador faz o controle de qualidade automaticamente.

Mais informações sobre a Biometria na Justiça Eleitoral podem ser obtidas no site:  www.tse.jus.br/biometria.

Fonte: TSE



TSE promove 2ª edição dos testes de segurança no sistema eletrônico de votação

Urna Eletrônica


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no intuito de dar ainda mais transparência ao processo eleitoral e comprovar sua confiabilidade e segurança, promoverá de 20 a 22 de março a 2ª Edição dos Testes Públicos de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação. Os participantes do evento terão a oportunidade de tentar realizar “ataques” à urna eletrônica e seus componentes internos e externos, visando explorar eventuais falhas do sistema relacionadas à violação da integridade e ao sigilo do voto. As inscrições para participar dos testes deverão ser feitas de 2 a 17 de fevereiro no Portal do TSE.

Os testes contarão com, no máximo, 25 participantes divididos em até 10 grupos, e acontecerão na nova sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília-DF, das 9h às 18h, conforme previsto no Edital nº 01/2012. A grande novidade desta edição é a fase de preparação dos testes, que ocorrerá de 6 a 8 de março, na qual os participantes poderão configurar os sistemas que serão utilizados no teste e elaborar seus planos de testes.

Nesta etapa, eles terão acesso aos códigos-fonte dos sistemas eleitorais, o que, em teoria, poderá facilitar as tentativas de ataques à urna eletrônica modelo 2009, que serão utilizadas nas eleições 2012. Os códigos-fonte, dispostos em linguagem de programação, indicam a sequência de ações que o sistema tem de realizar, isto é, traduz para o computador como deve ser o funcionamento do sistema.

Também nesta fase de preparação os “investigadores” poderão fazer consultas na internet, em computadores que ficarão localizados em outra sala, de modo a oferecer o maior número de subsídios possível para a modificação e o aperfeiçoamento dos planos de testes. As propostas deverão ser encaminhadas à Comissão Avaliadora do evento até o dia 13 de março para avaliação e homologação dos planos de testes.

Além disso, ainda na fase de preparação, os participantes assistirão a uma palestra no dia 6 de março, na qual será explicado tecnicamente o funcionamento dos sistemas eleitorais. “Será dada uma visão geral de quais são as barreiras físicas e eletrônicas que o sistema já possui, de forma a clarificar um pouco para os interessados o funcionamento do sistema. O objetivo é que os inscritos não cheguem aos testes sem ter tido antes um contato prévio com o sistema eleitoral”, resume Celio Wermelinger, integrante da Comissão Organizadora do evento e que participa da coordenação dos testes.

O evento tem o apoio do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Universidade de Brasília (UnB). A primeira edição dos testes públicos de segurança foi realizada em 2009.

Os testes

Os testes de segurança contemplarão a segurança do sistema eletrônico de votação respeitando os procedimentos previstos nas normas aplicáveis e considerando os seguintes elementos e componentes da urna eletrônica: processo de carga da urna; hardware; lacre físico; dispositivos de logística que protegem a urna; mídias eletrônicas; conteúdo das mídias de dados; e software de votação utilizado na seção eleitoral.

O evento será acompanhado pelas comissões Avaliadora e Disciplinadora e também por observadores das áreas de Tecnologia da Informação e Segurança da Informação. Todo o ambiente aonde acontecerão os testes será monitorado por câmeras, e o acesso à internet nos três dias de teste será supervisionado pela Comissão Disciplinadora. Os testes serão coordenados pelo presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski.

Os resultados e as conclusões dos testes serão apresentados em audiência pública no dia 29 de março, às 10h, também na sede do TSE. Os investigadores que efetivamente tiverem participado do evento receberão certificados de participação, mas não haverá premiação em dinheiro. As sugestões de melhorias encontradas poderão ser implementadas futuramente no sistema.

1ª edição

A primeira edição dos testes públicos de segurança aconteceu de 10 a 13 de novembro de 2009 e contou com a participação de 37 investigadores. Nenhum deles conseguiu burlar o sistema eletrônico de votação, mas o TSE premiou a melhor tentativa de ataque à urna.

O vencedor, o especialista em Tecnologia da Informação Sérgio Freitas, tentou violar o sigilo do voto por meio da captação de ondas eletromagnéticas emitidas pelas teclas da urna durante a digitação, mas o teste não obteve sucesso. Apenas a ideia dele foi aproveitada e, diante disso, o TSE apresentou sugestões de contorno para o que ele propôs de possibilidade de um ataque.

O vencedor dos testes foi o especialista em Tecnologia da Informação Sérgio Freitas, que tentou violar o sigilo do voto por meio da captação de ondas eletromagnéticas emitidas pelas teclas da urna durante a digitação. Mas, o teste não obteve sucesso. O aparelho de rádio utilizado pelo investigador somente conseguiu captar essa radiação a uma distância de cinco centímetros da urna eletrônica, o que na prática torna inviável a violação, porque a urna instalada na seção eleitoral fica necessariamente isolada e sob vigilância.

Para comprovar a impossibilidade de violação das urnas eletrônicas, em 2010, o TSE submeteu duas urnas eletrônicas do modelo 2009 à avaliação do INPE, que realizou uma bateria de testes de emissão eletromagnética e ruídos nos equipamentos. Os resultados foram todos satisfatórios e o INPE atestou que a urna UE2009 atende às normas nacionais e internacionais de emissão eletromagnética, como a NBR/IEC 61000, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Mais informações sobre o sistema eletrônico de votação podem ser obtidas no site:  http://www.tse.jus.br/eleicoes/biometria-e-urna-eletronica

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral - TSE

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Participação da sociedade civil na Rio+20 é prioridade

Acessibilidade e mobilidade estarão asseguradas em todos os locais do evento que acontece em junho deste ano.

A garantia de espaços qualificados para que a sociedade civil nacional e internacional esteja presente e atuante na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) é uma das prioridades do Comitê Nacional de Organização (CNO). Eventos paralelos, acesso à internet, estandes para organizações, medidas para viabilizar transporte e mobilidade, estrutura com acessibilidade para pessoas com deficiência são algumas das condições criadas para que milhares de pessoas da sociedade civil sejam credenciadas e participem do evento.

“A participação da sociedade civil é uma prioridade para o Comitê Nacional. É muito importante garantir a presença das pessoas na Rio+20, inclusive para influenciar as decisões governamentais. O governo brasileiro e a ONU querem a maior participação possível”, afirma o secretário nacional do CNO, Laudemar Aguiar. O secretário também lembra que, tradicionalmente, o Brasil inclui participantes da sociedade civil na delegação oficial.

Espaços - Pela primeira vez, há mais de um local destinado para indivíduos e organizações, em locais como o Autódromo de Jacarepaguá, o HSBC Arena e outros próximos ao Rio-Centro, onde trabalharão os representantes dos 193 Estados-membros da ONU. Em todos os espaços está previsto acesso à internet e, ainda em relação à conectividade, será facilitada e estimulada a veiculação de informações nas redes sociais para que a juventude acompanhe, mesmo que remotamente, a Rio+20.

O CNO também ressalta as ações para assegurar a acessibilidade e a mobilidade em todos os locais do evento. “Será uma Conferência verdadeiramente inclusiva, com a participação de todos, e as pessoas com deficiência não podem ser excluídas. Levamos em conta deficiências motoras, visuais, auditivas e dificuldades de transportes de todas as pessoas”, afirma Aguiar. O planejamento e a execução dessas ações são em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e o Conselho Nacional de Pessoas com Deficiência.

A preocupação está alinhada com as diretrizes do sistema das Nações Unidas, que identifica e abre espaço para os chamados “grupos principais”, que são organizações não governamentais, grupos empresariais, comunidades indígenas, autoridades locais, organizações de agricultores, grupos de crianças e jovens, trabalhadores e sindicatos, entidades de mulheres e a comunidade científica e tecnológica.

Conferência acontece de 13 a 22 de junho

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável acontece no Rio de Janeiro entre 13 e 22 de junho de 2012. É uma oportunidade para renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões anteriores. São dois temas principais: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.

Como participar?

Organizações: a participação na Rio+20 depende de registro da organização junto à ONU. Há uma lista de organizações que possuem status consultivo no ECOSOC - Conselho Econômico e Social. As organizações que participaram de outras conferências estão automaticamente credenciadas. O credenciamento das delegações oficiais, de representantes da sociedade civil e da imprensa está a cargo da ONU.

Indivíduos: qualquer pessoa pode enviar sugestões, divulgar informações, opinar, escrevendo em alguma das línguas oficiais da ONU (árabe, chinês, espanhol, francês, inglês, russo) para o email: uncsd2012@un.org.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Micro e pequenos empresários recebem 36% dos R$ 139,7 bilhões emprestados pelo BNDES em 2011

Banco tem recorde de 896 mil operações no ano



Os micro e pequenos empresários (MPMEs) receberam R$ 49,8 bilhões em empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2011 - volume que representa 36% do total emprestado pelo banco no ano (R$ 139,7 bilhões). De acordo com o balanço divulgado na quarta-feira (18), o número de operações foi recorde: 896 mil financiamentos, 47% mais do que em 2010.

O Cartão BNDES foi um dos fatores que impulsionaram o crescimento de 9% da participação das MPMEs (Veja gráfico). Além do aumento de 76% na movimentação em relação a 2010, o volume de R$ 7,6 bilhões emprestados foi possível devido à ampliação da cobertura. Em 2005, o cartão era usado em 286 cidades (5,14% do total) e, desde 2010, ele passou a ser aceito em 4.843 municípios (87%).

Nordeste - A política de descentralização geográfica do crédito permitiu que as regiões Norte e Nordeste respondessem por 22% dos desembolsos totais do banco, uma alta em relação aos 17% de 2010. A participação das duas regiões no desembolso do BNDES está em linha com sua contribuição ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Estratégia - A ênfase nos financiamentos de máquinas e equipamentos para empresas de todos os portes se manteve com o Programa de Sustentação do Investimento (BNDES PSI). Em 2011, os desembolsos do programa, que tem prazo de vigência até dezembro de 2012, somaram R$ 42,5 bilhões.

A atuação do BNDES em 2011 ajudou o País a manter a expansão dos investimentos acima do crescimento do PIB, permitindo que o Brasil crescesse sem a ocorrência de gargalos e pressões inflacionárias, na análise do presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

O desempenho de 2011 refletiu as medidas adotadas no ano passado, quando o banco alterou as taxas de juros do Programa BNDES de Sustentação do Investimento (BNDES PSI), reduziu seu nível de participação sobre o total dos financiamentos e suprimiu linhas de capital giro que haviam sido criadas no momento mais agudo da crise financeira internacional. Com isso, o BNDES busca ampliar o espaço para que cresça a atuação do setor financeiro privado na concessão de crédito de longo prazo às empresas.

Efeito Petrobras - O total emprestado em 2011 é 17% menor do que os R$ 168,4 bilhões de 2010, porém, essa queda não representa uma redução da atuação do banco. Isso porque, ao subtrair os R$ 24,7 bilhões aplicados pelo BNDES na capitalização da Petrobras em 2010, o movimento nos dois anos fica no mesmo patamar, em torno dos R$ 140 bilhões.

A operação feita com a estatal de petróleo também teve impacto estatístico sobre os outros indicadores do BNDES, na comparação com 2011. As consultas por financiamentos do Banco encerraram o ano em nível elevado, de R$ 195,2 bilhões, embora tenham recuado 24% na comparação com 2010. As aprovações ficaram em R$ 164,5 bilhões, o que representou uma queda de 18%.

Infraestrutura concentra 40% das liberações

O setor de infraestrutura liderou os desembolsos do BNDES em 2011, com R$ 56,1 bilhões ou 40% do total. Os montantes mais significativos foram para transporte rodoviário, com R$ 26 bilhões, e energia elétrica, com R$ 15,9 bilhões.

Para a indústria foram liberados R$ 43,8 bilhões (participação de 32%), com ênfase em material de transporte (R$ 8,2 bilhões), química e petroquímica (R$ 7,1 bilhões), alimentos e bebidas (R$ 6,8 bilhões) e indústria mecânica (R$ 4,5 bilhões).

Para comércio e serviços, o BNDES destinou R$ 29,2 bilhões (21% do total) e à agropecuária, R$ 9,8 bilhões (7%).

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

RIQUEZA NO FUNDO DO MAR

O Brasil se prepara para explorar minérios no fundo do oceano Atlântico, em águas internacionais. O feito é inédito em dois aspectos. Nunca o País se aventurou a explorar riquezas minerais (exceto petróleo) em solo tão profundo, a até 6.000 metros abaixo do nível do mar. O País também nunca reivindicou à comunidade internacional direitos em área tão afastada da plataforma continental brasileira, que tem largura média de 320 quilômetros a partir da costa. A CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais) enviou quatro expedições para o Alto do Rio Grande, cordilheira a mais de mil quilômetros da costa de Santa Catarina. A quarta embarcação enviada a essa cadeia de montanhas no Atlântico voltou ao Rio ontem. Estudos mostram que a região tem cobalto, níquel, manganês, fosfato, gás metano e até minérios mais raros, como o lítio, usado na indústria de alta tecnologia. O governo trabalha com a hipótese de desenvolver atividades comerciais daqui a dez anos.

Fonte: Folhaonline/Redação

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Livro "A Privataria Tucana" mostra como país perdeu com privatizações


Para quem ainda acredita que as privatizações trouxeram algum ganho para o Brasil, aí vai uma conta bem simples. O governo FHC afirma ter arrecadado R$ 85,2 bilhões com a venda das empresas públicas. O país, no entanto, pagou R$ 87,6 bilhões para as empresas que assumiram esse patrimônio público. Isso mesmo: gastou R$ 2,4 bilhões a mais do que alegou receber.

A conta, feita à época das privatizações pelo jornalista Aloysio Biondi, está no livro A Privataria Tucana, lançado na sexta-feira 9/11/2011, pelo jornalista Amaury Ribeiro, e com a primeira edição de 15 mil exemplares já esgotada no sábado 10/11/2011.

O prejuízo, que Biondi anunciava de forma corajosa, muitas vezes por intermédio da Folha Bancária e da Revista dos Bancários (hoje Revista do Brasil), veio do fato de que para vender as estatais, o governo absorveu as dívidas dessas empresas, promoveu milhares de demissões, emprestou dinheiro público via BNDES aos compradores e ainda aceitou a utilização de "moedas podres", ou seja, títulos do próprio governo que valiam metade de seu valor de face, como parte do pagamento.

O resultado é essa conta que dilapidou o patrimônio do país. Mas, se o Brasil não ganhou, então por que as privatizações foram feitas? Porque muita gente ganhou.

Quem ganhou?

Aí é que residem as grandes revelações do livro-denúncia de Amaury Ribeiro, um premiado jornalista investigativo, que trouxe histórias, factuais e documentadas, dos crimes obscurecidos pelo processo de privatização. O livro, da Geração Editorial, tem 320 páginas: 200 de texto jornalístico da melhor qualidade e 120 de reproduções de documentos e provas.

Alguns personagens são bem conhecidos. Além do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do seu ministro do Planejamento, José Serra, há o "chefe da lavanderia do tucanato", conforme define o autor, o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira, apontado como "artesão" dos consórcios da privatização das telecomunicações no país.

A "costura" feita por Ricardo Sérgio envolvia o pagamento de propina dos empresários interessados em participar dos consórcios de privatização. O dinheiro dessas propinas era, então, "lavado" em operações que envolviam empresas "offshore" - criadas em paraísos fiscais.

Abrindo empresas desse tipo, para limpar o dinheiro sujo que saía do país, a família de José Serra deu uma mãozinha à "privataria tucana", principalmente o genro e a filha, Verônica Serra. E, ainda de acordo com o apurado por Amaury Ribeiro, todos eles enriqueceram muito após o processo de privatizações do final de década de 1990.

BB e Caixa

A ordem de FHC era: "vender tudo o que der para vender". Para privatizar as estatais, o governo federal promoveu um verdadeiro desmonte das empresas públicas, fazendo-as parecer, ainda mais inoperantes do que realmente eram.

E assim quase foram pelo ralo da privatização e da corrupção tucana o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Amaury relata que "o Memorando de Política Econômica, de 9 de março de 1999, no alvorecer do segundo mandato de FHC, descreve (...) no item 18 a venda de componentes estratégicos" desses bancos ou a transformação das duas instituições em "bancos de segunda linha".

Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de são Paulo, Juvandia Moreira, o livro de Amaury Ribeiro prova a importância do combate do movimento sindical ao processo de privatização promovido pelos governos federal e estaduais do PSDB.

"Esse é um Brasil que felizmente estamos deixando para trás. O país que era para poucos, no qual dilapidar o patrimônio público em nome de uma suposta modernidade era algo visto como correto. O fato de a velha imprensa não dar nenhuma repercussão a essas graves denúncias é uma forma de mostrar sua parcialidade. E um sinal de que seu moralismo seletivo está a serviço de fazer o país voltar a um tempo que a maioria da população não deseja ver de volta", afirma.

"Esperamos que o Ministério Público e a Polícia Federal tomem providências para investigar todas as denúncias feitas nesse livro e retomar para os cofres públicos qualquer dinheiro desviado", completa a dirigente.

Fonte: Seeb-SP

Criado por: Marcos Paulo

Para presidenta, educação é a ponte para um Brasil de oportunidades iguais para todos



Ao lado do ministro Fernando Haddad e do prefeito em exercício de Angra dos Reis, José Essiomar, presidenta Dilma Rousseff participa da cerimônia de inauguração do Centro Municipal de Educação Infantil Júlia Moreira da Silva. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Ao participar hoje (18) da inauguração do Centro Municipal de Educação Infantil Júlia Moreira da Silva, em Angra dos Reis (RJ), a presidenta Dilma Rousseff destacou que investir em educação é garantir a construção de um futuro de oportunidades. E afirmou que com o Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (ProInfância) o governo federal está revertendo um quadro de desigualdade que já começava no momento do nascimento.

O centro de educação infantil irá funcionar em todos os meses do ano, cujo modelo será replicado em creches de todo o país. O objetivo, segundo a presidenta, é assegurar que as mães não deixem o mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, garantir o desenvolvimento educacional, cognitivo, e psicossocial das crianças.

“Eu vim aqui porque para o Brasil essa não é apenas uma construção de concreto, não é apenas uma construção bonita; para o Brasil esse é o caminho do futuro, caminho para transformar as crianças nos brasileiros que de fato vão construir este país”, afirmou.

Em seu discurso, a presidenta frisou que uma grande preocupação do governo era garantir que as novas creches fossem inauguradas com alto padrão de qualidade, levando em consideração as áreas de infraestrutura, educacional e alimentar. Para ela, assegurar que uma criança de família pobre tenha a mesma oportunidade das demais crianças é a raiz para que o Brasil, no futuro, seja uma país plenamente desenvolvido no âmbito social e econômico.

“Tenho certeza e quero assegurar que o Brasil tem grande capacidade de crescimento, vai continuar gerando empregos, vai continuar garantindo estruturas como essas das creches, políticas como essas das creches, e assegurando que professoras tenham as oportunidades de transformar a vida dos nossos brasileirinhos e das nossas brasileirinhas.”

A presidenta garantiu, ainda, que o governo manterá os investimentos na educação da pré-escola à pós-graduação, e lembrou de programas bem-sucedidos, como o Ciência sem Fronteiras, que oferece bolsas de estudos para brasileiros cursarem o ensino superior nas melhores universidades do mundo.

Como “dever de casa”, a presidenta levará para Brasília o desafio de estudar uma maneira para garantir alimentação para as crianças nos finais de semana.

ProInfância - O ministro da Educação, Fernando Haddad, informou que 600 unidades para edução infantil estão sendo construídas em todo o país, e beneficiarão 1,5 milhões de crianças de zero a cinco anos.

“Se não cuidarmos das crianças desde o nascimento, depois é muito difícil corrigir as defasagens educacionais”, afirmou.




São para crianças como Marcos Pimenta, de 1 ano e 7 meses; Ana Paula Soares, 2 anos; Bryan Victor, 2 anos; e Kaike Baia da Silva, 1 ano e 9 meses, todos já matriculados na Centro Municipal de Educação Infantil Júlia Moreira da Silva, que o ProinFância foi pensado. Até 2014, serão 6 mil unidades de educação infantil para garantir que as mães tenham um local seguro e com qualidade para deixar seus filhos enquanto trabalham.

Para a merendeira Maria Aparecida Pimenta, 35 anos, mãe do pequeno Marcos, o acesso à creche representará uma economia de R$ 80 por mês, ou seja, mais de 10% da renda mensal da família.

“Uma creche assim ajuda muito. Quando a creche antiga não funcionava, eu tinha de levar ele para o trabalho”, conta ela.

Silvana Apolinário, mãe de Ana Paula, já faz planos para retornar ao mercado de trabalho, já que teve que deixar o emprego no fim do ao passado porque não tinha com quem deixar a filha. Durante um tempo, ela deixava Ana Paula com o avô e até tentou pagar uma babá. Não deu certo. Por mês, as babás da região cobram R$ 300, um valor muito alto para ela e para o marido, ajudante de obras.

“Assim que começarem as aulas, voltarei para o emprego. Já até combinei no restaurante que eu vou voltar”, conta animada.

Fonte: Blog do Planalto


Primeiro projeto de 2012 sugere disciplinas de cidadania e ética nos ensinos fundamental e médio

O ensino médio pode passar a ter, em sua grade curricular, a disciplina Ética Social e Política, enquanto o ensino fundamental pode incluir estudos de Cidadania, Moral e Ética. É o que propõe o senador Sérgio Souza (PMDB-PR) no primeiro projeto apresentado no Senado em 2012. Recebido pela Secretaria-Geral da Mesa nesta segunda-feira (2), a proposta só receberá numeração no reinício dos trabalhos parlamentares, em 2 de fevereiro

O projeto modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) para reintroduzir no ensino uma disciplina semelhante às antigas Educação Moral e Cívica (EMC), ministrada aos alunos nos primeiros anos escolares, e Organização Social e Política Brasileira (OSPB), dirigida aos estudantes de nível médio.

"Estou convencido que, dessa forma, estaremos oferecendo à sociedade instrumentos para o fortalecimento da formação de 'um melhor' cidadão brasileiro: por um lado, pela formação moral, ensinando conceitos que se fundamentam na obediência a normas, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos; de outro, pela formação ética, ensinando conceitos que se fundamentam no exame de hábitos de viver e do modo adequado da conduta em comunidade, solidificando a formação do caráter", afirmou o parlamentar.

Atualmente, o ensino de ética encontra-se entre os chamados temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), como parte de um conjunto de assuntos que perpassam todas as disciplinas.

Sérgio Souza avalia, porém, que as novas disciplinas contribuirão para sedimentar uma visão crítica dos principais fatos sociais e políticos, oferecendo ao jovem noções de democracia sem caráter ideológico e ensinando como construir um pensamento político próprio.

Outras propostas

Em 2006, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) apresentou proposta de teor semelhante. O projeto de Simon acrescenta e altera dispositivos na Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, para incluir no ensino fundamental e médio, e nos cursos de formação de professores da educação básica, componente curricular dedicado ao desenvolvimento de valores éticos e de cidadania. Aprovada em caráter terminativo pela Comissão de Educação (CE), o projeto de Simon foi posteriormente arquivado pelo Plenário da Câmara, juntamente a um projeto do deputado Paes Landim (PTB-PI), ao qual fora apensado.

Mais recentemente, o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 3.993/2008, do deputado Humberto Souto (PPS-MG), também foi apensado ao PLC 1.399/2000, do deputado Paes Landim, do qual resultou um substitutivo que desde então se encontra em exame na Comissão de Finanças e Tributação.

A proposta do deputado inclui na grade curricular obrigatória a matéria "Ética e Cidadania", contemplando "a transmissão e desenvolvimento dos conceitos de ética e de valores morais, como reflexão da conduta humana; o estudo dos direitos e deveres do cidadão; o estímulo à ação comunitária e participação democrática, embasada em valores como respeito mútuo, justiça e solidariedade".

Fonte: Cristina Vidigal, Agência Senado

Paulo Henrique Amorim: " O Daniel Dantas comprou o Brasil"


Com seu estilo franco, direto e contundente de sempre, o jornalista Paulo Henrique Amorim concedeu à edição número 1 do Classe uma entrevista marcante sob todos os pontos de vista. Durante mais de uma hora, Paulo Henrique conversou, no seu apartamento, em São Paulo, com o jornalista Bepe Damasco, assessor de comunicação da CUT-RJ. Mais do que não deixar pergunta sem resposta, esse carioca de “conversa afiada”, radicado em São Paulo, é um lead (que no jargão jornalístico significa a parte da matéria com o conteúdo mais importante) ambulante. Ele falou apaixonadamente sobre um sem número de assuntos, tais como a ação deletéria do Partido da Imprensa Golpista, balanço do governo Dilma, sua passagem pela Globo, a edição do debate Lula x Collor, a urgência de uma Ley de Medios no Brasil, “o mensalão português”, os processos que movem contra ele, o engavetamento do projeto de marco regulatório do ex-ministro Franklin Martins, o medo que Lula e Dilma têm da Globo e muito mais. Sobre o trânsito do banqueiro Daniel Dantas pelos corredores do poder, ele disparou um míssil: “Dantas comprou o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e a Imprensa. Comprou o Brasil.”

Nos fale um pouco sobre sua origem e sua trajetória na imprensa brasileira?

Eu praticamente nasci como jornalista, no sentido de que o meu pai era jornalista. Ele enfrentou a censura da ditadura Vargas e trabalhou com o então jornalista Mário Martins, depois senador, e hoje conhecido como pai do Franklin Martins, do Vítor e da Ana Maria Machado. Meu pai levava para a casa aquelas folhas em que se desenhava o jornal. E eu praticamente me alfabetizei preenchendo essas páginas de jornal que o meu pai levava. Aí quando eu fui para a escola já estava praticamente alfabetizado. Eu sempre quis ser jornalista, sempre fui estimulado a ler e escrever. O meu pai tinha um texto muito bom, muito seco. Ele era um nordestino, um baiano do sertão. Então, ele escrevia assim como o Graciliano, sem gordura, sem adiposidade, sem colesterol. E sempre fui estimulado a fazer isso. Por um breve, brevíssimo período, pensei em ser diplomata. Cheguei a estudar línguas, além do que eu já estudava, no Colégio de Aplicação em que estudei, lá na Lagoa, no Rio. Fiz sete anos de CAP: quatro de ginásio e três de clássico. Então, tive um breve período em que achei eu que queria ser diplomata. Mas logo eu vi que não teria temperamento para a vida de funcionário público. Eu sempre fui muito encrenqueiro e não ia dar certo. O meu avô do lado ma minha mãe, português, tinha o sobrenome Crespo. Justino dos Santos Crespo. Era um dono de padaria que gostava de ópera, de Luis de Camões, e que também me iniciou nesta parte. E esse Crespo era um nome que puseram nele. Ele não era Crespo. O Crespo era por causa do temperamento dele, entendeu? Ele era encrespado. Minha mãe dizia que eu era o melhor descendente do meu avô.

Você é carioca de onde?

Sou carioca da Glória, mas me criei na ZN, na Zona Norte. Marechal Hermes, Vila Kosmos, Cascadura, naquela região ali.

Você tem irmãos?

Tive duas irmãs, uma morreu. Era pintora. A outra é professora na Universidade de Paris, onde leciona Lingüística.

Ao criar o blog Conversa Afiada, você chegou a imaginar que ele faria o sucesso estrondoso que faz?

Não. O blog nasceu, na verdade, mais por uma preocupação tecnológica minha. Eu sempre tive, como jornalista, desde o comecinho, uma angustia que me perseguia, que era a necessidade de nunca me deixar atrasar tecnologicamente. Eu sempre quis estar na tecnologia da frente. Eu me lembro que ficava angustiado porque nunca tinha feito televisão. Depois, fiquei angustiado porque não tinha feito internet. Então, quando procurei fazer o blog, eu tinha primeiro essa preocupação. Eu não pretendia fazer um blog necessariamente político, um blog necessariamente afiado. Foi um desafio para não ficar atrasado como jornalista. Eu sempre acreditei que ser jornalista é ser repórter. Ser jornalista é dar informações originais ou mostrar acontecimentos de um ângulo original. Sempre em busca de oferecer informação, porque numa sociedade democrática a informação é um bem precioso. Você permite que as pessoas com mais informação decidam melhor. Seja como eleitor, seja como pai, seja como membro de uma comunidade, seja como empreendedor, seja como consumidor, etc, etc. Eu me lembro de um documentário sobre Orson Welles no fim da carreira, feito pela última mulher dele, em que ele fazia um espetáculo como mágico de circo. E eu fiquei muito triste porque sou absolutamente apaixonado pelo Orson Welles. Acho que tenho todos os filmes dele. E que eu mais gosto dele é A Marca da Maldade, não é o Cidadão Kane. Eu vi ali o seguinte: o Orson Welles, como ficou proscrito em Hollywood, foi ficando atrasado tecnologicamente. Foi sendo discriminado, jogado para fora dos grandes estúdios de produção. Com isso ele foi perdendo todas as possibilidades de se atualizar como homem de cinema, como diretor de cinema. E acabou fazendo um espetáculo absolutamente pobre, tecnologicamente pobre. E essa imagem do Orson Welles, naquele palco mal iluminado, num palco horrível, fazendo umas graças que ninguém queria ver, me marcou muito, sem querer me comparar, evidentemente, a Orson Welles.

E como é a sua equipe de profissionais no blog?

Tenho uma equipe pequena. Eu tenho três editores, tenho uma produtora, tenho o staff de uma empresa que cuida da parte de colocar o blog no ar e administrar a publicidade. Como, quando e com que freqüência publicar os anúncios.

Você se preocupa em quantificar os acessos ao blog?

A gente quantifica. Normalmente o número de acessos é ascendente, mas tem picos. No ano passado, em outubro, mês da eleição, tivemos 12 milhões de acessos. Mas isso oscila. Tem período de férias, volta às aulas, oscila durante o dia, na hora do almoço, à noite, enfim, tem aquelas variações cíclicas, mas nós temos mantido uma audiência muito boa, o que nos permite comercializar também o site. Temos uma comercialização bastante estimulante, o site é lucrativo. Ele é dirigido pela minha mulher, a jornalista Geórgia Pinheiro, que cuida da parte comercial e administrativa.

Que balanço você faz do estágio atual da luta pela democratização das comunicações no Brasil?

O estágio atual é de desalento. De desalento e decepção. O presidente Lula governou debaixo de vara. A imprensa brasileira, que no meu site eu chamo de PIG, tratou o Lula de uma forma vergonhosamente parcial. E o Lula foi incapaz de tomar qualquer providência para criar os mecanismos institucionais que permitissem oferecer ao público uma visão alternativa do que estava acontecendo. Aos 44 do segundo tempo, Lula pediu ao Franklin para fazer um projeto de lei. Ele deu apoio à Confecom, a Confecom apresentou todas as ideias que seriam necessárias apresentar. O Franklin fez uma série de seminários e reuniões para buscar, inclusive, o testemunho e o reconhecimento de organizações internacionais que tratam da questão do marco regulatório. Isso foi consubstanciado num projeto de lei, numa série de propostas que o Franklin entregou educadamente ao seu sucessor, o Paulo Bernardo, o que acho que o Franklin fez muito bem. O Paulo Bernardo fez críticas deselegantes ao projeto, com palavras que a boa educação não recomendam.

A rigor, ele sentou em cima do projeto.

Ele sentou em cima e colocou debaixo dos projetos que o Sérgio Mota fez para o Fernando Henrique. O Sérgio Mota fez três projetos de marco regulatório da mídia, e o FHC jogou os três fora. Jogou fora não, botou na gaveta. E debaixo desses três do Sérgio Mota, o Paulo Bernardo botou o do Franklin. Eu acho que os primeiros sinais que a presidenta Dilma deu neste sentido foram decepcionantes. A primeira coisa que ela fez foi ir ao aniversário da Folha. A primeira coisa que o Lula fez em 2002 depois de eleito foi ser co-âncora do Jornal Nacional, em companhia do William Bonner e da Fátima Bernardes. Ali eu disse: bom, a vaca foi para o brejo. Porque o Jornal Nacional tratou o Lula de uma maneira parcial, sempre parcial e a primeira coisa que ele faz foi se sentir honrado em ancorar o Jornal Nacional ao lado dos algozes.

Isso se deve à crença de que é possível ter uma convivência pacífica com a mídia ou é medo mesmo?

Eu acho que é medo. O Lula e a Dilma têm medo da Globo. É só isso.

Têm mais medo da Globo do que da Folha, por exemplo?

Sim, Folha, Estadão e Veja são subadversários.

Medo exatamente de quê?

Têm medo de o Jornal Nacional derrubar o governo. Porque as denúncias da Folha, do Estadão e da Veja não têm a menor repercussão, a menor importância, se elas não tiverem a câmara de eco do Jornal Nacional. E a câmara de eco do Jornal Nacional reproduz, aumenta, amplifica e dá mais dimensão ao que acontece no Congresso. Nós temos o caso do ínclito e notável senador Álvaro Dias, que é um plagiador. Como se sabe, ele não tem nenhuma ideia original. Ele denuncia tudo que já foi denunciado.

Então, eu acho que o grave nessa posição não é que eles, Lula e Dilma, estejam apenas preservando o seu governo. O problema aí não é preservar o governo Lula e Dilma, o problema aí é criar os mecanismos institucionais para a democratização da mídia. O Boni disse na entrevista que ele deu ao Geneton, na Globo News, que nenhuma televisão no mundo tem o share de audiência que a Globo tem. Nenhuma. Em nenhuma nova democracia do mundo, e eu não falo de Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e França, estou falando de novas democracias como México, Portugal, Espanha, Argentina, Chile e Uruguai. Em nenhuma nova democracia no mundo existe o que existe aqui no Brasil com a Globo. E consolidada através de mecanismos, como, por exemplo, a propriedade cruzada.

Paulo Henrique, há não muitos anos as pessoas praticamente cruzavam os braços em relação ao poderio da mídia. Hoje muitas pessoas e entidades debatem o tema, o que culminou com a Confecom. Você acha que podemos projetar um futuro melhor ou lutamos contra forças tão poderosas que tudo isso pode não dar em coisa alguma?

Isso pode dar em alguma coisa. Hoje o constrangimento do governo é maior. Você vê, por exemplo, que o PT fez um seminário para estudar a questão da comunicação e o Paulo Bernardo fugiu.

"A imprensa brasileira, que no meu site eu chamo de PIG, tratou o Lula de uma forma vergonhosamente parcial. E o Lula foi incapaz de tomar qualquer providência para criar os mecanismos institucionais que permitissem oferecer ao público uma visão alternativa do que estava acontecendo", diz Amorim. Foto: Bepe Damasco.

Como fugiu do Encontro Internacional dos Blogueiros, em Foz do Iguaçu.

Como fugiu de Foz do Iguaçu. Paulo Bernardo não vai. Ou seja, o governo Dilma não tem condições de discutir com a sociedade a questão da Ley de Medios. O PT não pode discutir a Ley de Medios. O PT não tem que fazer seminário, o PT tem que governar. O PT é governo há oito anos, mais um, nove. O PT está no poder. Quem faz seminário é oposição. Já tem a Confecom, já tem o projeto do Franklin. O PT tem que governar.

Mas o presidente do PT, Rui Falcão, disse que o partido tem sua própria pauta, e que ela, em alguns momentos, é diferente da pauta do governo.

Trololó, trololó. O PT não tem pauta diferente nenhuma. O PT é governo. Quem tem outra pauta é o PSDB. Ou troca o Paulo Bernardo ou põe o Paulo Bernardo para botar uma Lei de Medios no Congresso.

Ele tem dito que vai colocar o projeto do Franklin para consulta pública na internet.

Ele está dizendo a mesma coisa desde que chegou. O fato é o seguinte: o Paulo Bernardo não pode ir a uma reunião do PT. Ele não tem autoridade moral e política para ir a uma reunião do PT. Isso é uma forma de constrangimento importante para o governo. Eu entrevistei o Inácio Arruda, senador do PCdoB. Ele fez um paralelo muito interessante. Quando o Adib Jatene quis aprovar, no governo FHC, a CPMF, ele bateu na porta de todas as lideranças do Congresso para pedir uma CPMF. E aprovou. E agora o governo tem que bater em todas as portas para aprovar uma Ley de Medios, Agora, diz o Franklin: o ponto de partida de qualquer Ley dos Medios é a Constituição brasileira de 1988.

Franklin tem dito: vamos trabalhar com livrinho na mão.

Isso. Vamos trabalhar com o livrinho na mão. O Inácio Arruda lembrou que todas as correntes de opinião brasileiras estão entre os 81 senadores e os 513 deputados federais. Vamos botar todo mundo numa mesa, como se faz num bom Congresso, e discutir. A bancada do coronelismo eletrônico tem uma posição, eu tenho outra, o PT tem outra, os tucanos têm outra, e vamos negociar. Agora, isso só chega se o governo tomar a iniciativa Qual é o medo de mandar uma Ley de Medios para o Congresso? Por que não mandar uma Ley de Medios para o Congresso? Sai da toca, vamos discutir no Congresso. Não tem problema, brande a Constituição. Nada será feito contra a Constituição. Ou seja, esse trololó que tem aí de que é censura, é papo furado. É como eu digo: em dúvida, copia a lei americana.

É como disse o Mino Carta recentemente: essa história de censura é justamente um artifício para se continuar censurando.

Exatamente. Repito: está em dúvida, copia a lei americana, que é onde se pratica o mais selvagem dos capitalismos.

Muita gente pergunta como um jornalista com as suas posições conviveu na Rede Globo. Você chegou a ser cerceado ou pressionado?

Bom, minha posição na Globo foi a seguinte: eu fui comentarista econômico durante algum tempo. Depois, na maior parte do meu tempo na Globo, eu fiquei em Nova York, onde a minha relação ou a minha contraface com as questões políticas nacionais era mais remota, era mais rara. Quando trabalhei na Globo, eu fui absolutamente leal à Globo, não tem conversa. Eu fui um funcionário exemplar. Durante o período em que fiquei em Nova York, para pedir aumento, eu fiz um cálculo da minutagem, a soma dos minutos que eu fiquei no ar. E conclui que fiquei no ar nos jornais da Globo mais do que qualquer outro repórter. Isso para conseguir o aumento que eu queria. E consegui. Evidentemente que na Globo havia uma restrição política muito severa. Durante um certo tempo, a gente não podia falar, na editoria de economia, que era o meu caso, não podia falar no nome do Maílson da Nóbrega, ministro da Fazenda, porque o Roberto Marinho tinha uma operação com exportação de casas pré-fabricadas que o Maílson vetou. Por causa disso o nome Maílson da Nóbrega não podia ser citado. A gente podia falar do governo, mas não podia falar em Ministério da Fazenda, nem em Maílson da Nóbrega. O que é uma coisa meio esquisita, mas, se você está trabalhando lá, das duas uma: ou cai fora ou obedece. Quando eu percebi que a Globo pretendia me dar uma rasteira, que foi quando eles me destituíram do cargo de chefe do escritório em Nova York, aí eu fui procurar emprego e saí da Globo para ganhar o dobro do que eu ganhava . Foi uma escolha profissional e também política. Porque, durante o tempo que trabalhei na Globo, eu discordava de muitas das posições da Globo. E trabalhava desconfortável e irritado, como, por exemplo, o dia em que o Jornal Nacional fez aquela famosa edição do debate. Eu conversei com os editores do debate, com o Ronald Carvalho, que chegou lá na ilha e disse o que era para ser feito para o editor Octávio Tostes. Aliás, o Octávio Tostes teve muita coragem, foi ao Sindicato dos Jornalistas e, diante do Osvaldo Maneschi, gravou um depoimento histórico em que relata esse episódio. Então, o editor Ronald Carvalho chegou à ilha e disse para o Octávio Tostes: “ponha a mão no nariz e meta a mão na merda: é tudo que tem de bom do Collor e tudo que tem de mau do Lula.” O Alberico Souza Cruz, que veio de São Paulo para o Rio, porque estava aqui em São Paulo a acompanhar o candidato Collor no debate, chegou depois do almoço à TV Globo, entrou na ilha 7 e perguntou ao Tostes como é que estava a coisa. O Tostes disse “olha, eu segui esta instrução do Ronald e assim será feita a edição.” Aí o Alberico disse: “além disso, eu quero que ponha também isso, isso e aquilo.” Depois que a matéria ficou pronta, saiu da ilha 7 e foi para a ilha 10, uma ilha mais complexa, com mais recursos de edição, fora do deadline de fechamento do Jornal Nacional, daí a grave importância que essa matéria tinha. Normalmente essa matéria seria derrubada fora do deadline, era o que acontecia, mas nesse caso não foi. Aí o Alberico reviu a matéria na ilha 10 e aprovou como foi para ar.

E o Armando Nogueira nisso?

O Armando Nogueira foi devidamente bypassado, foi devidamente ultrapassado pelos fatos. Nem ele próprio tomou a iniciativa de meter a mão na massa e se insubordinar contra isso.

E a edição do Jornal Hoje da parte da tarde foi feita por quem?

Foi feita pelo Vianey Pinheiro, o Pinheirinho. Foi uma edição profissional, jornalística, correta, que era a que deveria ter sido repetida, mas o pessoal do Collor visitou a Alice Maria depois da edição do Hoje e disse que aquela edição não lhes interessava. E foi o que foi feito. E o doutor Roberto Marinho deu ao Ronald essa informação. Essa informação que o Ronald passou ao Octávio Tostes foi a informação que o doutor Roberto deu ao Ronald: tudo de bom para o Collor e tudo de ruim para o Lula.

Então, foi essa a participação do Roberto Marinho?

- Doutor Roberto dava as ordens. Ele não ia para a ilha. O Alberico não sabia o que fazer numa ilha, não sabia dar um play numa ilha de edição, mas ele sabia dar ordens. Então, a minha insatisfação política na Globo sempre foi muito grande. Agora, como profissional, eu fui leal à Globo e me orgulho disso. Como fui leal à Bandeirantes e sou leal à Record. Agora, isso não impede que eu tenha as minhas posições políticas e quando me fazem essa pergunta eu costumo dar a seguinte resposta: a diferença entre o trabalho servil, o trabalho escravo, e o trabalho no regime capitalista, é que no trabalho servil o dono é dono do empregado. No regime capitalista, o dono contrata o empregado. O empregado dá a sua força de trabalho e recebe salário. O empregador recebe a força de trabalho e paga o salário. Se um dos dois está insatisfeito, rompe-se o contrato. Não existe a propriedade do empregado. Eu não estava satisfeito e fui me embora.

Em que circunstância surgiu a sacada genial de batizar o oligopólio da mídia de PIG (Partido da Imprensa Golpista)?

O Fernando Ferro, deputado federal pelo PT de Pernambuco, o Ferrinho, um bravo deputado, fez um discurso da tribuna da Câmara para denunciar um denúncia vazia do Ali Kamel, que atribuiu a uma determinada apostila do Ministério da Educação uma frase ou uma informação que não constava, ou seja, uma denúncia vazia, falsa. E o Fernando Ferro disse que o Ali Kamel era um membro do Partido da Imprensa Golpista. E aí eu achei aquilo genial e pá. Mas sempre digo que a ideia original é do Fernando Ferro.

Numa entrevista sua ao Pânico na TV, você explicou didaticamente por que a Miriam Leitão nada entende de economia. Como é isso?

A Miriam Leitão é um embutido da Sadia. Se você pegar as partes que compõem o embutido da Sadia, provavelmente você não consumirá. A Miriam Leitão não tem nenhuma ideia original. Ela nunca ofereceu uma ideia original. O que ela faz é embutir tudo na atividade dela na Globo. Agora, eu digo também o seguinte: a Miriam não tem nenhuma importância. Embora ela seja a mais mim importante pensadora neoliberal do Brasil, porque não há nenhum outro pensador neoliberal no Brasil que defenda o neoliberalismo tanto quanto ela, o que dá uma ideia do pensamento neoliberal no Brasil. O importante não é a Miriam Leitão, porque ela é um embutido da sadia. O importante é a Globo e o importante é a Globo poder fazer o que faz através da Miriam, que é catequizar, persuadir, doutrinar, convencer, invadir a sua privacidade utilizando um bem público que é a TV aberta. TV aberta, como diz a Beth Carvalho, é pública. É minha, sua, da torcida do Flamengo, é do Corinthians. Não é do Roberto Marinho, nem dos filhos do Roberto Marinho, que, aliás, não têm nome próprio. É nossa. O espectro eletromagnético é nosso. E a Globo usa o Ali Kamel e a Míriam Leitão para vender para nós ideias dela, da Globo. É isso que está errado. A Miriam é irrelevante, o Ali Kamel é irrelevante. O Ali Kamel é um antropólogo de quinta. Como eu digo, ele é o Gilberto Freyre com i. Você conhece a história do Gilberto Freyre com i?

Não conheço.

A dona Madalena, mulher do Gilberto Freyre, chegou lá em Apipucos, na casa em que eles moravam e disse: “Gilberto tem essa correspondência em cima da mesa dirigida a você há um mês e você não a abriu ainda. Aí ele falou: “ela é endereçada a Gilberto Freire com i, deve ser outra pessoa, não sou eu.” O Ali Kamel é o Gilberto Freire com i da antropologia brasileira.

Os processos que movem contra você interferem no seu cotidiano, na sua vida familiar? Como é lidar pessoalmente com isso. Eles te aborrecem muito?

Olha, já me aborreceu mais. Hoje eu olho para isso com mais distância. Hoje já vejo isso com certo humor. Mas a vingança será pesada. Eu pretendo depois transformar isso tudo em livro e defender a tese de que eu, como Azenha, como Rodrigo Viana, como Nassif, como Esmael do Paraná, e uma série de blogueiros do interior do Brasil, estamos sendo vítimas de um processo que nada mais é do que uma tentativa de nos calar pelo bolso. Essas ações todas, no meu caso são 41 ações, não resistem a uma análise superficial. O Daniel Dantas, por exemplo, move 13 ações contra mim, e ele perde.

Cíveis e criminais?

Não, ele não entrou no crime porque ele não é bobo. Ele é mais esperto que os outros. Ele sabe que no crime é mais difícil ganhar. O que ele faz? Ele não ganha no mérito, quando ele ganha é na chicana. Quando ele ganha é na regra do jogo. Entendeu? Aí você tem que ir numa outra instância para refazer a regra, a regra como ela efetivamente é. É assim que ele trabalha. O Dantas nunca ganha no mérito. Ele diz que as provas são falsas, no caso da Satiagraha; ele não deixa trazer para o Brasil as derrotas que ele sofreu na justiça britânica; ele mata a Chacal, devolveu a Operação Chacal para a primeira instância e logo, logo prescreve; não deixa abrir os discos dele, faz com que o Eros Grau sente em cima dos discos; ele não deixa julgar, se julgar, ele está ferrado. Se julgar, ele vai em cana, como fez o De Sanctis, que colocou ele duas vezes em cana. Mas eles me enobrecem. É aquele meu ditado “diz-me quem te processas e te direi quem és”. Eu sou processado pelo Daniel Dantas, Gilmar Mendes, Eduardo Cunha, Naji Nahas, Ali Kamel, pelo Heraldo Pereira…

Pelo jornalista Heraldo Pereira?

Sim, pelo jornalista Heraldo Pereira, que diz que seu sou racista. Continuando com os que me processam: o Carlos Jereissati, da Broi, o Sérgio Andrade. É esse elenco que me processa. E disse me orgulho. Quando o meu neto tiver um pouquinho mais de discernimento, eu vou dizer: “seu avô é um uma cara muito legal, olha quem processa ele.” Então, qual é o objetivo deles? É me calar pelo bolso, não é calar com uma condenação. Ah, o Heráclito Fortes me processa três vezes, o Heráclito Fortes, o Apolo da bancada Dantas, o homem que defendia o Dantas da tribuna do Senado e que dizia frases como “prefiro Dantas ao Delúbio”. Isso é um Varão de Plutarco. Cícero não foi tão brilhante. Muito bem, querem me calar pelo bolso, mas não vão calar.

Resumindo, você tem quantas ações tramitando, perdeu e ganhou quantas até agora?

Ah, isso aí é o seguinte: ganha e recorre, ganha e recorre. Isso aí vai durar muito tempo. Eu vou ter assunto para muito tempo. E eles acham que com isso vão me quebrar. Só que, lamentavelmente, eu como jornalista de televisão consegui fazer um pé de meia. E por mais que eles tentem vasculhar o meu imposto de renda, como eu suspeito que façam, porque você vai ali no Centro, na Praça da República, e compra o imposto de renda de qualquer um por 10 merreis, 10 paus. Compra o imposto de rendas do Naji Nahas, por exemplo. Eu não faço isso. Jamais faria uma coisa dessas. Mas quem quiser faz.

Falando um pouco de um pouco mais de política, você não acha que a Dilma caiu na armadilha montada pela mídia ao demitir essa sucessão de ministros, pautada por esta verdadeira máquina de moer ministros?

Acho que ela faz muito bem. Acho correta a tese dela, a política dela, localizou o malfeito, dança. Está certo. O meu problema com esta mídia que denuncia corrupção não é denunciar a corrupção. O problema é o caráter político dessa denúncia. Agora, nós estamos diante de um fato brutalmente suspeito; uma empresa chamada Controlar tinha o monopólio de fazer o controle da poluição por parte dos automóveis de São Paulo e descobriu-se que isso era uma patranha. Essa patranha levou à prisão de um cavaleiro de nome João Faustino, que era, ou é, suplente do senador Agripino Maia e durante anos a fio trabalhou no gabinete do chefe da Casa Civil do Serra, o senador Aloísio Nunes, exercendo a tarefa que não se sabe bem qual é. Muito bem, o João Faustino diz que tem uma relação antiga com o Serra e com o Fernando Henrique, isso da própria boca dele. E colocaram indisponíveis os bens do Kassab graças ao Serra. Ele foi vice do Serra. O João Faustino trabalhou com Serra.

Coordenou a campanha do Serra no Nordeste.

Isso, coordenou a campanha do Serra no Nordeste. Queria que o ínclito e brilhante senador Jarbas Vasconcelos fosse vice do Serra. Deu entrevista dizendo isso. E o Serra?

Não se manifesta, não é cobrado…

Não, ele agora dá conferência sobre juros e foge da imprensa pela porta dos fundos. O Serra foge da imprensa e o Paulo Bernardo do PT.

Como você vê esta obsessão do Serra de ainda sair candidato a presidente? Há uma especulação de que ele pode sair candidato pegando uma carona no PSD do Kassab, caso o Aécio seja o candidato pelo PSD?

É um patologia. O Mercadante tem uma teoria muito interessante que é a do mergulho para frente. Toda vez que o Serra se vê numa situação de ser julgado pelo que fez, ele dá um pulo para frente. Agora, por exemplo, em lugar de ser julgado pela campanha que ele fez em 2010, que segundo Ciro Gomes, foi uma campanha calhorda, a campanha da bolinha de papel, a campanha do aborto, a campanha do fundamentalismo, a campanha do bispo de Guarulhos, a campanha de entregar o pré-sal para a Chevron, a campanha de querer invadir a Bolívia, a campanha de acabar com o Mercosul. Em vez de discutir essa campanha, ele é candidato em 2014. Ele não tem alternativa. Mas o vesgo do pânico tem mais chance de ser presidente da República que o Serra.

Que nota você daria hoje, no conjunto, para o governo da Dilma?

Acho que ela está indo muito bem, muito bem. Eu lamento que ela tenha esta atitude em relação ao marco regulatório, que eu prefiro chamar de Ley de Medios, e faço isso propositadamente porque nós temos a pretensão de nos rivalizarmos com a Argentina, o que não é o meu caso que admiro muito a Argentina. É para deixar claro que a Argentina tem uma Ley de Medios muito boa, muito boa. E foi tirada na marra. As pessoas foram para a rua pedir a Ley de Medios. E Globo de lá, o Clarin, trabalhava com o mesmo Ibope daqui. E a Cristina meteu a mão na Globo e no Ibope.

E fez campanha de massa, no dia da entrega do projeto ao Congresso argentino, ela levou 50 mil pessoas com ela.

Exatamente. E não deu entrevista para a Globo. Se elegeu duas vezes sem dar entrevista para a Globo. E a Dilma se submete àquelas perguntas capciosas do William Bonner e da Fátima Bernardes.

Mas, fora a questão da comunicação, por que você acha que a Dilma vai muito bem? Seria por que ela dá continuidade à obra do Lula?

"Os que protestam, os inconformados, os indignados, os ativistas sociais defendem causas que são comoventes e enaltecedoras e espero que sejam bem-sucedidos. Não no caso de Belo Monte, que eu acho que é nada mais, nada menos que uma ponta de lança dos interesses americanos no Brasil. Ponto. Mas eu acho que mais importante do que tudo, na minha opinião, é a questão da injustiça social". Foto: Bepe Damasco.

Ela continua a obra do Lula e está dando alguns saltos à frente, como esse programa de Brasil sem Miséria, esse programa de fortalecimentos das pequenas e médias empresas. Acho quer ela tem dado saltos importantes na política de saúde e na política de educação. Na condução da política econômica também, porque ela tirou o monopólio dos neoliberais do Banco Central. Os neoliberais comandavam o Banco Central desde o governo Sarney.

O Alexandre Tombini, atual presidente do Banco Central, não é um neoliberal?

O Tombini não é neoliberal e tem uma vantagem: ele não dá entrevista em off para a Míriam Leitão.

O que achou da eleição do Merval Pereira para a Academia Brasileira de Letras. Não acha que o grande Machado de Assis, fundador da ABL, deve estar se revirando no túmulo? O Merval, com um único livro publicado, uma coletânea de artigos, ganhou a eleição de um escritor lido em muitos países como o Antonio Torres.

Mas a academia não tem a menor importância. Não é a primeira vez que isso acontece. O Roberto Marinho foi imortal, o Marco Maciel é imortal e por aí vai.

Falando sobre a doença do ex-presidente Lula, comentários como o da Lúcia Hipólito, na rádio CBN, logo no dia da divulgação do problema de saúde, soltando foguete e colocando Lula fora do jogo político, não chega a ser indecente, uma falta de respeito ao drama alheio?

Eu não ouvi o comentário da Lúcia Hipólito. O que eu poso te dizer é o seguinte : O PIG foi fazer o enterro do Lula. O PIG convocou o enterro do Lula. Foi para capela do cemitério da Consolação para enterrar o Lula. O meu problema com a doença do Lula é com o hospital Sírio e Libanês. Por que saem notícias sigilosas e confidenciais sobre o estado de saúde dos pacientes do Sírio e Libanês na Folha e na TV Globo? Eu sou paciente do Sírio e Libanês. Fiz uma cirurgia lá. Tirei uma hérnia de disco lá. Eu quero saber e, aliás, mandei um e-mail agora para o Sírio e Libanês para saber se as informações sobre a minha cirurgia serão tão públicas como o tratamento do Lula. Se forem, eu quero tomar as medidas judiciais para processar o Sírio.

Mas não foi o próprio presidente Lula que pediu transparência máxima para a sua doença?

Não. O Lula quer o máximo de informação, mas através de notas oficiais. Notas do Sírio, mas não é o que acontece. É tudo em off. Hoje, por exemplo, tem uma notícia na Folha de São Paulo que diz: “médicos da equipe do Lula”. Mas são 18? São 49? Eu quero saber quem são.

Sempre em off?

Sim, claro. O império do jornalismo investigativo no Brasil é o off. A banda larga do jornalismo investigativo no Brasil é o off.

Para o jornalista Paulo Henrique Amorim, o que foi o mensalão?

O mensalão foi uma operação de caixa dois de campanha que é tão brasileira quanto goiabada com queijo. Caixa dois. Todo mundo sabe disso. Mensalão é senha para você entrar no site do impeachment do Lula.

A versão que passaram era a de que existia uma espécie de guichê no qual os parlamentares recebiam pelos serviços prestados ao governo nas votações do Congresso?

É, inclusive os que votavam com o governo. Era preciso comprar os parlamentares que votavam sistematicamente com o governo. É um negócio sensacional. É um negócio de português, desculpe. Eu, como neto de português, posso dizer isso com toda autoridade. É um mensalão português. Um mensalão patrício. Como diz o Mino Carta, o mensalão está por provar-se. Eu quero ver o Supremo provar o mensalão. E tem mais: eu quero ver provar a culpa do José Dirceu. É que no Brasil não se faz a seguinte pergunta: de onde vem o dinheiro do mensalão? Vêm do Dantas. De onde vem o dinheiro do Nem ? Todo mundo diz que o Nem é um grande traficante, tudo bem, mas o Nem vende. Se o Nem vende, alguém compra. Quem compra do Nem? E quem o Nem compra? Ele diz que metade da renda dele é para comprar policiais. Ninguém pergunta: quem botava dinheiro no duto do mensalão? Era o Dantas, isso está comprovado. Os documentos da Brasil Telecom encaminhados à CVM mostram o dinheiro que a Brasil Telecom, no tempo do Dantas, dava para o Marcos Valério. O Marcos Valério fazia um estudo sobre a imagem da Brasil Telecom e ganhava um trilhão de dólares para fazer isso. Alguém aqui é bobo?

Na sua opinião, então, se o Supremo julgar pela prova dos autos, absolve todo mundo?

Eu acho que absolve muita gente, inclusive o José Dirceu. Mas o problema é que o Supremo costuma votar com a faca no pescoço. É o único Supremo no mundo que vota com a faca no pescoço. Eu não conheço outro caso igual.

Dê alguns exemplos.

Ué, um ministro do Supremo disse que votou, no caso do mensalão, porque estava com a faca no pescoço. Quem empunhava a faca, a faca de Brutos? Era o Ali Kamel.

A que você atribui o bom trânsito que o Dantas tinha com os governos de FHC e manteve nas eras Lula e Dilma?

- É porque o Dantas corrompeu o Brasil. O Dantas comprou o Brasil. Executivo, Legislativo e Judiciário. E imprensa. Os quatro poderes. Comprou tudo. E, no caso da imprensa, ele teve um plano de negócio originalíssimo. Ela comprava dono e o jornalista, porque normalmente os corruptores da imprensa compram um ou outro. Ele comprava os dois.

Você acha que até o ministro da Justiça atual tem alguma ligação com ele?

- Sim, ele trabalhou para o Dantas. O José Eduardo Cardoso é assalariado do Dantas.

O advogado Greenhalg também?

Greenhalg também. O José Eduardo Cardoso, como deputado federal, representante do povo de São Paulo, foi à Itália defender os interesses do Dantas. E aqui no Brasil tentou ajudar o Dantas no Ministério Público Federal. Ele é funcionário do Dantas.

Existe por parte da mídia uma clara intenção de criminalizar os movimentos sociais. Na democracia que vai se consolidando no Brasil, qual deve ser o papel desses movimentos?

Acho que esses movimentos têm um papel muito importante. Mas eu vou te falar o seguinte: eu acho muito legal movimento social em defesa do meio ambiente, em defesa das mulheres, em defesa do casamento gay. Eu sou a favor disso tudo. Eu sou a favor do meio ambiente, tenho aqui na minha casa uma micro reprodução dos Jardins do Burle Max. Sou a favor do casamento gay. Acho o machismo um absurdo. Tudo isso está certo. Agora, a oposição no Brasil gastou muita munição com essas causas secundárias. Subalternas em relação ao problema da injustiça social.

A que oposição você se refere?

Eu quero dizer o seguinte: os que protestam, os inconformados, os indignados, os ativistas sociais defendem causas que são comoventes e enaltecedoras e espero que sejam bem-sucedidos. Não no caso de Belo Monte, que eu acho que é nada mais, nada menos que uma ponta de lança dos interesses americanos no Brasil. Ponto. Mas eu acho que mais importante do que tudo, na minha opinião, é a questão da injustiça social. Esta sociedade, apenar da inclusão de 40 milhões de pessoas na classe média, apesar da ascensão social do pobre, apesar dos programas Brasil sem Miséria, é uma sociedade injusta. É uma sociedade cruel, é uma sociedade que não tem democracia, é uma subdemocracia. Esse é o assunto que me interessa. Negócio de meio ambiente e tal, eu acho tudo muito bom, sou a favor do meio ambiente. Mas não gasto cinco minutos do meu tempo preocupado com isso. Não gasto. Eu acho que estas redes sociais são muito úteis, mas não vão mudar o mundo, não vão mudar o Brasil, enquanto não enfrentarem de frente o problema da desigualdade.

Qual o destino dos jornais impressos no Brasil? Na sua opinião, eles caminham para o fim?

Acho que caminham para uma espécie de fim. Ele vai ser um produto de menos importância. Um produto de nicho. Assim como as revistas hoje são revistas de nicho, os jornais serão jornais de nicho. Tem mais chance de sobreviverem jornais de comunidade. Os dedicados à economia, como o Valor, Financial Times, Wall Street Journal têm mais chances de sobreviverem do que a Folha. E o problema não é só de tecnologia. Não é só porque hoje existe uma tecnologia melhor do que a do jornal impresso. O problema é que os jornais brasileiros são muito ruins. Os jornais brasileiros são péssimos. Não dá para ler, são mal escritos, não têm imaginação, são medíocres, são incompletos. Além de parciais.

E em relação à revolução provocada pelas mídias sociais e pelo blogosfera?

Eu não usaria a palavra revolução. Eu acho palavra revolução um pouco retórica porque a blogosfera tem um poder limitado. Eu prefiro dizer que a blogosfera, sem os partidos políticos, sem a militância política, sem o povo na rua, sem o protesto, sem botar o pé na porta, sem botar, por exemplo, 100 mil pessoas na porta do Supremo Tribunal Federal, não vai muito longe. Isso eu gostaria de ver: 100 mil pessoas, não com o negócio de Belo Monte, mas na porta do Supremo, dizendo assim: “escuta, te manca Gilmar, te manca.” É o meu sonho de consumo.

Qual a sua opinião sobre a polêmica do diploma para jornalista?

Ah, eu sou contra. Sou inteiramente contra o diploma de jornalista. Isso é uma racionalização para um negócio de faculdades privadas. Não é preciso ter diploma para ser jornalista. Você pode ser jornalista com três meses de treinamento numa boa Pronatec. Com três meses na Pronatec, você faz um jornalista de boa qualidade. Agora, você precisa, de preferência, ter jornalistas com curso universitário. Pode estudar filosofia, matemática, física, biologia, literatura portuguesa. Isso tudo ajuda. Agora, o jornalista precisa respeitar os fatos. Como diz o Mino Carta, a verdade factual. Deve tentar também, o máximo possível ser objetivo, até onde é possível ter alguma objetividade, ou seja, tentar a imparcialidade. Mas, sobretudo, o jornalista deve fustigar os poderosos.

(*) Entrevista publicada originalmente na página da CUT-RJ.

Fonte: Blog Fazendo media (www.fazendomedia.com)

Foto: Futépoca

Coca-Cola Zero é proibida nos EUA

E no Brasil, sete refrigerantes têm substância cancerígena

Coca-cola Zero. Sukita Zero. Fanta Light. Dolly Guaraná. Dolly Guaraná Diet. Fanta Laranja. Sprite Zero. Sukita. Oito bebidas e duas substâncias altamente nocivas ao ser humano. Na Coca-cola Zero, está o ciclamato de sódio, um agente químico que reconhecidamente faz mal à saúde. Nos outros sete refrigerantes, está o benzeno, uma substância potencialmente cancerígena. Essa é a mais recente descoberta que vem sendo publicada na mídia e que só agora chega aos ouvidos das maiores vítimas do refrigerante: os consumidores. A pergunta que vem logo à mente é: “por que só agora isso está sendo divulgado?”. E, pior: “se estes refrigerantes fazem tão mal à saúde, por que sua venda é permitida?”.


Nos Estados Unidos da América, a Coca-cola Zero já é proibida pelo F.D.A. (Federal Drugs Administration), mas sua venda continua em alta nos países em desenvolvimento ou não desenvolvidos, como os da Europa Oriental e América Latina. O motivo é o baixo custo do ciclamato de sódio (10 dólares por quilo) quando comparado ao Aspartame (152 dólares/Kg), substância presente na Coca-cola Light. O que isso quer dizer? Simplesmente que mesmo contendo substância danosa à saúde, a Coca Zero resulta num baixo custo para a companhia, tendo por isso uma massificação da propaganda para gerar mais vendas.

Não basta o cigarro?

Uma pesquisa realizada pela Pro Teste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – verificou a presença do benzeno em índices alarmantes na Sukita Zero (20 microgramas por litro) e na Fanta Light (7,5 microgramas). Já nos refrigerantes Dolly Guaraná, Dolly Guaraná Diet, Fanta Laranja, Sprite Zero e Sukita, o índice de benzeno estava abaixo do limite de 5 microgramas por litro.

Só para se ter uma idéia, o benzeno está presente no ambiente através da fumaça do cigarro e da queima de combustível. Agora, imagine isso no seu organismo ao ingerir um dos refrigerantes citados. Utilizado como matéria-prima de produtos como detergente, borracha sintética e náilon, o benzeno está relacionado a leucemias e ao linfoma. Contudo, apesar de seus malefícios, o consumo da substância não significa necessariamente que a pessoa terá câncer, pois cada organismo tem seu nível de tolerância e vulnerabilidade.

Corantes e adoçantes

Na mesma pesquisa da Pro Teste, constatou-se que as crianças correm um grande risco, pois foram encontrados adoçantes na versão tradicional do Grapette, não informados no rótulo. Nos refrigerantes Fanta Laranja, Fanta Laranja Light, Grapette, Grapette Diet, Sukita e Sukita Zero, foram identificados os corantes amarelo crepúsculo, que favorece a hiperatividade infantil e já foi proibido na Europa, e o amarelo tartrazina, com alto potencial alérgico.

Enquanto a pesquisa acusa uma urgente substituição dos corantes por ácido benzóico, por exemplo, a Coca-cola, que produz a Fanta, defende-se dizendo que cumpre a lei e informa a presença dos corantes nos rótulos das bebidas. A AmBev, que fabrica a Sukita, informou que trabalha “sob os mais rígidos padrões de qualidade e em total atendimento à legislação brasileira”.

Por fim, a Refrigerantes Pakera, fabricante do Grapette, diz que a bebida pode ter sido contaminada por adoçantes porque as duas versões são feitas na mesma máquina e algum resíduo pode ter ficado nos tanques.

Quando será o fim dessa novela e da venda dos refrigerantes que contém substâncias nocivas à saúde, ninguém sabe. Mas enquanto os fabricantes deixam a ética e o respeito ao cidadão de lado em busca do lucro exacerbado, você tem a liberdade de decidir entre tomar esse veneno ou preservar a qualidade do seu organismo. Agora, é com você!

Fonte: Núcleo de Notícias