terça-feira, 9 de março de 2010

COMÉRCIO EXTERIOR

EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES REGISTRAM RECORDE

O desempenho médio diário das exportações e importações registrado no mês passado foi recorde para meses de fevereiro, segundo disse o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral, durante divulgação mensal da balança comercial brasileira. No mês, as exportações somaram US$ 12,197 bilhões, com média diária de US$ 677,6 milhões. Na mesma comparação, as importações totalizaram US$ 11,803 bilhões.

De acordo com o secretário, as exportações e as importações tiveram resultados superiores aos registrados, não só em 2009, mas também em anos anteriores. “A base do ano passado é uma base baixa, por conta da crise econômica mundial, mas ainda sim exportações e importações apresentaram variação de crescimento positiva em relação a 2008, por exemplo, que foi um ano excepcional”, disse ressaltando que as exportações cresceram 27,2% sobre a média diária registrada em 2009 e as importações 50,8% na mesma comparação.

Para o professor e especialista do Programa de Comércio Exterior Brasileiro da Fundação Instituto de Administração (FIA), Celso Grisi, neste ano, a participação das commodities nas exportações brasileiras deverão crescer um pouco mais, porém a lenta recuperação mundial e a taxa de câmbio ainda dificultarão as exportações de manufaturados. Grisi afirma ainda que o crescimento das importações será, nesse sentido, estimulado pela taxa de câmbio e o forte crescimento interno brasileiro. “Máquinas e equipamentos deverão ser importados como resposta da oferta ao crescimento da demanda interna”. O especialista destaca ainda que as exportações crescem, mas em taxas inferiores se comparado ao crescimento da importações. “Déficits na conta corrente brasileira estará na casa dos US$ 55 bilhões” – afirma Grise em entrevista a Nicomex Notícias.

Incentivos ao comércio exterior

O Brasil tem dado atenção especial para o avanço do comércio exterior, isso fica evidenciado pelo aumento dos programas de incentivos nesse setor. “Essas iniciativas são sempre importantes e as intenções do governo em atender às demandas empresariais pela competitividade são sempre grandes. Entretanto, depois de um longo período de taxas cambiais que desvalorizaram tanto a moeda americana, “sofremos um amplo processo de desindustrialização, de perda da competitividade industrial e de baixos investimentos” - destaca o especialista.

Para ele, a solução para esses problemas não será encontrada em medidas emergenciais e na improvisação de decisões não planejadas. “Será preciso articular uma boa política industrial às políticas tecnológicas, de educação e de cultura. A infraestrutura exportadora precisa ser repensada e problemas maiores como o da carga tributária precisam se revistos. Nesse sentido os movimentos são modestos e o ano eleitoral não contribui para o exercício de um pensamento planejador de longo prazo” – finaliza Celso Grisi.

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