terça-feira, 9 de março de 2010

SETOR NAVAL

Semana Agitada no Setor Naval

A semana no setor naval foi marcada pelas notícias de que Eike Batista prevê captar R$ 6,4 bi na Bovespa com oferta pública inicial de ações de estaleiro, Petrobras adia licitação de sonda por dois meses, extremo sul renascendo com Polo Naval de Rio Grande, além da notícia de que Pernambuco e Maranhão passaram a frente do Rio na disputa pelo par de estaleiros de reparo que a Transpetro sonha instalar no Brasil.

Na quarta-feira, dia 2, o empresário Eike Batista informou que planeja captar R$ 6,4 bilhões com uma oferta pública inicial de ações (IPOs) ao oferecer para os investidores, pela quinta vez em quatro anos, sociedade em uma empresa antes de começar a operar - desta vez, a OSX. Trata-se de um estaleiro criado em 2009, que pretende construir e afretar plataformas de petróleo à OGX, a petroleira do grupo de Eike, e à Petrobras. O valor da oferta poderá, porém, chegar a R$ 9,9 bilhões, caso o interesse do mercado supere a oferta prevista. O prazo para reserva de ações começa nesta terça-feira, dia 9, e vai até o dia 16.

Ainda no meio da última semana, a Petrobras informou que adiou por dois meses a licitação para a contratação de 28 sondas de perfuração, a serem utilizadas na prospecção das reservas de petróleo do pré-sal. A concorrência, que deveria começar na última semana, foi postergada para 3 e 4 de maio, quando os estaleiros apresentarão as propostas. Diante da carência de sondas no mercado, a Petrobras lançou a encomenda no ano passado, podendo movimentar mais de US$ 30 bilhões. Cada equipamento pode custar entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão, de acordo com sua capacidade.

No dia seguinte saiu uma notícia que agradou todos da região sul do país. Isso porque, em algumas semanas, começa a operar em Rio Grande o estaleiro Rio Grande 1 (ERG1), principal investimento, de R$ 840 milhões, de uma leva que promete transformar a economia da região. Ali, nos próximos anos, serão construídos pelo menos oito dos cascos das 45 plataformas de petróleo que a Petrobras quer colocar em operação até 2020. Para dar suporte aos trabalhos do ERG1, a WTorre, encarregada pela construção do estaleiro, também planeja erguer em terrenos vizinhos o ERG2 e o ERG 3, onde funcionarão oficinas complementares para a construção de módulos de produção para as plataformas do ERG1 e ERG 2.

Mas a quinta-feira não acabou por aí. A Transpetro deu início às negociações com grupos nacionais e estrangeiros para a construção do par de estaleiros de reparo que a Transpetro sonha instalar no Brasil. Essa notícia fez com que Pernambuco e Maranhão passassem a frente do Rio na disputa pela obra. As conversas vingaram principalmente em Pernambuco, que está se transformando no novo pólo nacional do setor. É lá, que fica o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), gigante que está construindo 22 navios para a Transpetro e montando uma plataforma, P-55, para a Petrobras. Um segundo estaleiro, do consórcio Tomé-Schanhinovo, foi anunciado recentemente. O estado cobiça ainda outros dois projetos, um deles o estaleiro de reparo. O Maranhão corre por fora na disputa pelo segundo estaleiro de reparo, que parecia garantido ao Rio

Barcos de apoio

Finalizando a semana, o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam), Ronaldo Lima, impressionou a diretoria da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) com exposição que lhes fez, em Brasília. Ele mostrou que os barcos de apoio a plataformas de petróleo são os maiores responsáveis pelo boom dos estaleiros, mesmo ante a concorrência dos grandes navios da Transpetro. Apesar do nome "barco", seu preço médio é de US$ 50 milhões e há unidades que chegam a superar US$ 150 milhões. Segundo Lima, a estimativa do presidente Lula de que seriam construídos 146 barcos de apoio nos próximos anos está defasada, para alguns.

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